segunda-feira, 16 de abril de 2012

Resenha de Hoje



Não sou a mesma, mas não perdi minha essência. Uma das minhas faces está feia. Não consigo me tirar de uma tristeza inventada. Não estou perdendo o controle. O problema é que não estou me sentindo bem comigo mesma. Eu me incomodo. Às vezes me pergunto como posso agüentar tanta coisa e de repente me sentir mal por tão pouco ou por nada. Se eu pudesse ao menos entender, pra poder explicar.    
Dia onde não evoluo, pareço uma morta viva, ou seria uma viva morta?! Não sei. Assim como não sei bem quem eu sou hoje. Não me reconheço às vezes. Seria bom se amanhã chegasse logo. Acho que estou estranhando. Tive muitos dias de sol onde fui muito feliz, e agora esse tempo nublado e essa chuva que me aquieta sem eu querer, está me enlouquecendo. Hoje é um dia perfeito pra eu aprender a ser carente. Dia que demora a passar e que depois não faz falta. Estou excepcionalmente detalhista. É minha outra face, aquela que não olha só pro meu umbigo, mas que olha e repara os outros. E pensa que às vezes é melhor não pensar. Fazer nada é tedioso, mas faz parte desse dia.   
Não sou eu quem está aqui, é minha mente vazia. Aquela versão desatualizada. Amanhã provavelmente direi uma de minhas frases feitas. Nada como um dia após o outro. Só que hoje, eu não quero falar. Eu nem sei falar. É dia de cara fechada. Sobrancelha franzida. Comer boca e receber ajuda da minha mão. Faço coisas a toas. Caminho com lentidão, como se não adiantasse. Só espero as horas passar.
Hoje não é um dia comum. Nem é daqueles que marcam (eu tenho dom de esquecer coisas e fatos que não são interessantes). Vou me lembrar de muito pouco. Só eu estou sentindo algo que não sei o que é. Coisa de maluco. Estou tão estranha que nem a dor de cabeça veio me visitar (o que não é nada mal).        
Hoje eu fui desativada. A energia acabou. A fonte secou. Estou em meia-carga. Coisa sem graça isso. É dia de espera. Dia de testar a minha paciência e colocar em teste a de quem está ao meu redor. É melhor ficar sozinha. Chorar sem motivo. Criar esperanças de conseguir sorrir. Sentir frio e me aconchegar em meus devaneios. E quem sabe depois rir da falta de coragem de tudo isso. É dia de viver pouco. Coisa que nem existe. Resmungar sobre nada. A sensação mais intensa e presente é a do vento. Meu estado abalado, anda exagerado. Eu não quis assim, mas não vou tentar me importar, porque hoje eu não ligo pra nada.
Hoje eu vivi aqueles dias estranhos, raros, dignos de se fechar os olhos, calar a boca e só respirar. Hoje eu não existi dentro de mim.



Ficar louco de vez em quando é necessidade básica para permanecer são.

Nenhum comentário:

Postar um comentário