quarta-feira, 4 de abril de 2012

A espiritualidade da Borboleta

Um dos grandes milagres da vida é a da metamorfose por que passa a lagarta. Todos nós, algum dia, certamente nos espantamos com a presença de um bichinho desses. Que bicho feio, áspero, enrugado, com o corpo todo coberto por pêlos ameaçadores. Se tocada, a lagarta pode causar irritações e até mesmo queimaduras. É um inseto, pode-se dizer de “poucos amigos”. Entretanto, não pode ser chamada de preguiçosa. Desde que sai do ovo, não para de comer um só minuto. Dizem os estudiosos que a lagarta vive só para comer e acumular alimento, o que faz crescer muito, chegando a ter seu tamanho multiplicado varias vezes. Por onde passa, por onde passa vai deixando um rastro de destruição e devastação na natureza. Feiúra ameaça gula e destruição talvez sejam as idéias que associamos a lagarta.
Chega um dia, porém, que a lagarta reduz bastante seus movimentos e pára de comer. Trata-se seguramente de uma mudança bastante radical no seu estilo de vida. Isso acontece não porque a lagarta esteja interessada em começar alguma espécie de dieta ou jejum. É como se a vida dissesse para a lagarta: “não dá, mas para ser assim!”.
Então, tem início a fase, mas difícil e arriscada da vida da lagarta. Seguindo obedientemente o irresistível chamado da vida, ela se pendura ao ramo de alguma planta e, com muita paciência, vai tecendo um casulo em torno de si, até que fique completamente oculta, indefesa e imóvel. Parece realmente morta. Já nem pode ser chamada de lagarta, mas crisálida. Muita gente, quando vê uma crisálida por aí, trata-a com desprezo, como se fosse uma simples coisa, como se não fosse algo vivo. Mas há também aquelas pessoas que, tendo sempre seus ouvidos atentos á secreta sinfonia da vida, ao se depararem com uma crisálida, contemplam com respeito, com uma espécie de “sacrário” que silenciosamente guarda o mistério da vida. Sabem que maravilhosa transformação encontra-se em processo sob a capa opaca e inerte do casulo.
Um dia, longe dos olhos da maioria dos espectadores, acontece algo maravilhoso. Uma pequena abertura no casulo permite que, lentamente, vá se revelando um belíssimo ser adulto, que agora já pode ser chamado com o nome novo de borboleta. Desperta de seu sono de oculta mento e mistério, a borboleta espalma ao máximo suas asas multicoloridas e, aspirando o ar de uma vida nova, sai voando por aí, deixando por onde passa um caminho de alegria e beleza. Além disso, pousando de flor em flor, com seu generoso e discreto trabalho de polinização, a borboleta presta importante contribuição para o prosseguimento do mistério da vida!
No corpo da velha e disforme lagarta, era possível identificar algumas das mesmas cores que agora rebrilham nas suas magníficas asas de borboleta! Podemos dizer, também, que a lagarta já traz em si “sementes” do que vai ser no futuro, rascunhos da sua ser-borboleta, para que as transformações necessárias se oporem. Assim, a lagarta não tem escolha: sua vocação é ser mesmo ser borboleta!

Para começar o texto inspirador que uma pessoa que me incentiva todos os dias da melhor forma possível me mandou e depois me perguntou:


Vc ainda é lagarta?
Vc quer se transformar em uma borboleta?
Ou quer passar a vida toda como lagarta?

E eu respondi::

Sim infelizmente ainda sou lagarta
Mas como toda lagarta vou me transforma em borboleta um dia
Impossível ser lagarta a vida toda pois sofro de METAMORFOSE.

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