quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Detalhes de uma amizade que dá saudade


Minha memória nunca foi muito boa pra guardar ou lembrar de detalhes, só que não tem como esquecer os seus detalhes.. Suas mensagens de bom dia, os apelidos no diminutivo (fofos e broxantes) sempre exagerado de carinho, que nos dá mais liberdade pra poder mostrar de verdade quem somos. Nossos e-mails que sempre nos coloca a par dos acontecimentos relevantes, das nossas distintas vidas. Nossa diferença que faz com que tenhamos algo que não é muito normal, mas é bom e nos faz bem e é só isso que importa. Essas coisas não me fazem falta porque eu ainda tenho, e sinto sim, necessidade de tudo isso. Até porque “amigo muso inspirador” é coisa rara de ser ter, e eu agradeço o privilégio!
O problema todo é que eu gravei a felicidade da rotina de te ver cinco vezes na semana. Registrei no meu celular aquelas palhaçadas que você fazia só pra me ver melhor. Guardei todos os bilhetes e desenhos “artísticos”. Minha caixa de entrada e de saída está lotada com nossas conversas longas, curtas e poemas sem rimas improvisados com a nossa história. Não lembro com exatidão de todas as piadas sem graça, mas lembro muito bem das suas caras e bocas e a expressão corporal que te deixava um pouco desengonçado e que sempre me faziam rir, mesmo sem eu querer. Das suas histórias mirabolantes das aventuras de infância, de como você conseguiu ter pedra na boca (que por sinal é o melhor caso que já ouvi). Logo você, tão diferente, me transmitia uma sensação de coragem que eu tinha esquecido em um passado distante. Você é um louco insano escondido dentro de um corpo de um cara qualquer, mas esse seu disfarce de cara normal foi se desgastando com a convivência. E te conhecer de verdade sem muitas obrigações foi marcante. E como eu disse o problema todo foi esse, porque eu sinto uma saudade tão forte desses detalhes, que chega a doer.
Sinto saudade desde os sorrisos inesperados repuxados pelos cantos até os incontroláveis risos escancarados que você me fazia dar involuntariamente. Mesmo sem você aqui eu os sinto de repente quando lembro de alguma coisa que tinha a ver com você. Sinto falta dos seus incentivos que faziam toda a diferença, dos seus ditados populares e dos seus lemas de vida que me ensinaram que nem sempre alguém é o que se parece ser e que por isso devemos tentar conhecer melhor as pessoas. E que dificuldade todos temos e que elas sempre nos tornam melhores em algo, se tivermos dispostos a aprender.
Mesmo distante, te farei presente em meu coração e guardarei nossas lembranças nos meus textos, porque você foi o principal incentivador das minhas vontades esquecidas. A você eu só tenho a agradecer por me deixar ver a vida com seus olhos. E quanto a saudade, eu tentarei matar escrevendo pra você aqui...

“Aprendi que amigos a gente ganha mostrando quem somos.” - (Herman Melville)

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